O Pulsar do Campeonato – Campeonato de Portugal – 26ª Jornada

Abril 14, 2024 at 11:00 am Deixe um comentário

(“O Templário”, 11.04.2024)

Caiu o pano sobre a fase regular do Campeonato de Portugal. No caso do U. Tomar, em época de estreia neste escalão, esta foi uma despedida amarga, em que, pese embora tudo estar já definido, também com o seu rival da última jornada matematicamente despromovido, ficou bem patenteado o diferencial de argumentos de que uma e outra equipa podem, presentemente, dispor.

Avançam para a 2.ª fase, de apuramento dos quatro clubes a promover à “Liga 3”, os seguintes oito emblemas, repartidos em duas zonas: Limianos, Pevidém, Amarante e São João de Ver (Zona Norte); U. Santarém, Lusitânia, V. Setúbal e Moncarapachense (Zona Sul). Serão promovidos os dois primeiros classificados de cada série, apurando-se para a Final os dois vencedores de zona.

É mais numeroso o lote de despromovidos aos campeonatos regionais, num total de vinte clubes: Montalegre, Vilar de Perdizes, Portosantense, Mirandela, Ribeirão, Florgrade, Oliveira do Douro, Valadares Gaia, Lamelas, Vila Meã, Fontinhas, Rabo de Peixe, V. Sernache, Gouveia, U. Tomar, Juventude de Évora, Vasco da Gama Vidigueira, Oriental, Real e Imortal.

Destaques – Na Série C, com a questão da descida de divisão resolvida no fim-de-semana anterior, as atenções estavam focadas na disputa pelo 2.º lugar, entre Lusitânia e Marinhense.

A turma açoriana, que partia para a derradeira ronda com vantagem de três pontos (e de quatro tentos, na diferença global de golos), viajando até Alverca, cumpriu a sua missão, sem ter necessidade de correr grandes riscos, “trancando” a sua baliza, garantindo o nulo que selou o apuramento… mesmo que este tenha sido o único ponto averbado nas três jornadas finais.

Foi, pois, infrutífera e inglória a goleada aplicada pelo Marinhense, na recepção ao Gouveia, com o “placard” final de 6-3, depois de o grupo da Marinha ter chegado à marca de 4-0 (de que, em teoria, necessitaria), ainda antes dos dez minutos do segundo tempo; tendo vindo ainda a ampliar a contagem até aos 6-1, para nos últimos cinco minutos, consentir dois tentos aos serranos. Ficou a faltar-lhe, para alcançar a almejada qualificação, um golo… do Alverca “B”.

Em evidência esteve, uma vez mais, o União 1919, vencedor, em Mortágua (que vinha de um imprevisto triunfo em Angra do Heroísmo, precisamente ante o Lusitânia), mercê de um solitário golo, somando terceira vitória sucessiva, alcandorando-se, na pauta classificativa final, a um muito bom 4.º lugar, ultrapassando, sobre a “linha de meta”, nada menos de quatro concorrentes.

De facto, posicionou-se – um único ponto abaixo dos conimbricenses – um lote de cinco equipas, todas igualadas a 37 pontos, classificadas, pois, entre o 5.º e o 9.º posto (último acima da “linha de água”), respectivamente: Benfica e Castelo Branco, Alverca “B”, Sertanense, Mortágua e Peniche – posições na tabela não considerando outras eventuais decisões administrativas.

Em jogo de “fim de estação”, o U. Tomar, já “desligado” da competição – tendo acumulado nove desaires nas dez últimas rondas do campeonato – foi goleado, pelo Rabo de Peixe, por 0-4.

Frente a um adversário com “outro andamento”, os tomarenses entraram praticamente a perder, sofrendo um golo logo no primeiro minuto, tendo os açorianos aumentado a vantagem pouco depois da meia hora. Logo no minuto inicial da segunda parte ficariam reduzidos a dez elementos, mostrando-se, até final, impotentes para travar o desnivelar do marcador: os forasteiros marcaram o terceiro tento aos 65 minutos, fixando o resultado já em período de compensação.

Em dia de despedidas, terminou a sua carreira o “capitão” Nuno Rodrigues, com mais de três centenas de jogos oficiais ao serviço do União (em número que se aproximará a um total de 330, marco da maior relevância, entre os jogadores que mais vezes envergaram a camisola unionista) – único totalista (26 jogos) nesta época –, ao longo de doze temporadas, desde 2006-07.

Como se despedira também da actividade profissional, José Nunes, motorista do clube há cerca de quatro décadas. Como deverá ser também a altura de renovação da Direcção do U. Tomar, tendo o seu Presidente anunciado que não se recandidatará às eleições a agendar oportunamente.

Num balanço da época – da qual, necessariamente, tirão de extrair-se ilações – o União termina no último lugar, só com 17 pontos, muito distante do que seria o objectivo. A conjugação de uma série equilibrada (a meio da tabela) com o facto de os três últimos classificados (V. Sernache, Gouveia e U. Tomar) terem obtido relativamente poucos pontos fez com que o último clube a assegurar a manutenção tenha somado um total de 37 pontos (tantos como o 5.º classificado)!

Confirmações – Nos outros três desafios não houve grandes surpresas, com o líder, U. Santarém, a confirmar, com naturalidade, a sua posição, batendo o V. Sernache por 3-0 (dois tentos entre os 18 e 20 minutos; tendo o terceiro sido apontado só no final da partida).

Sertanense e Fontinhas, já sem objectivos concretos, não desfizeram o nulo. Por fim, o Peniche ganhou por 2-0 ao Benfica e Castelo Branco, o que, algo paradoxalmente, não lhe trouxe qualquer benefício na classificação, tendo, todavia, custado a perda da 4.ª posição aos albicastrenses.

I Divisão Distrital – A jornada prometia, com o quarteto da frente com deslocações de algum risco, mas das quais se saíram, todos, a contento; aliás, três deles, com triunfos expressivos.

Em maior evidência esteve o Fazendense – como que a querer sacudir uma fase menos boa – goleando em Mação por implacáveis 5-0: entrando a ganhar no primeiro minuto, chegou aos 3-0 a meio da segunda parte, marcando ainda mais dois tentos nos minutos derradeiros do encontro.

O Ferreira do Zêzere goleou também, no reduto do “lanterna vermelha”, Vasco da Gama, por 4-0. Por seu lado, o Fátima foi ganhar a Amiais de Baixo por 3-0, empurrando o Amiense para uma impensável posição de descida ao escalão secundário, a cinco jornadas do final do campeonato. Mais difícil, por tangencial 1-0, foi a vitória arrancada pelo Abrantes e Benfica em Salvaterra.

O Forense deu continuidade à sua excelente fase, com quatro vitórias e um empate, recuperando de dez pontos de atraso face à “linha de água”, para apenas um! Foi vencer à Moçarria, por 3-1, arrastando o Moçarriense para essa disputa pela permanência, só dois pontos acima do Amiense.

E isto, também, porque o At. Ouriense prossegue igualmente o seu trabalho, tendo recebido e derrotado o Samora Correia, por igual marca (3-1), posicionando-se, pela primeira vez, na segunda volta, ao fim de dez rondas, em zona de manutenção.

A meio da tabela, o Coruchense impôs-se por tangencial 1-0 face ao Alcanenense, enquanto o Torres Novas ganhou, não sem dificuldade, por 3-2, na recepção ao Cartaxo.

II Divisão Distrital – Águias de Alpiarça (vencendo por apertado 3-2 no Tramagal) e Entroncamento AC (impondo-se por categórico 3-0 em Marinhais) são os únicos com o pleno de seis pontos, após a disputa das duas primeiras rondas da fase final. A turma da Glória do Ribatejo, goleando por 6-0 no Pego, veio colocar ainda mais em evidência a fragilidade dos pegachos.

Antevisão – Na I Divisão Distrital, realce, na próxima (26.ª) ronda para as partidas: Cartaxo-Fátima; Ferreira Zêzere-Mação; Fazendense-Salvaterrense; e Abrantes e Benfica-At. Ouriense. Na divisão secundária temos um embate entre os comandantes, Entroncamento AC-Águias Alpiarça; e um confronto de relevância para as contas finais, entre Glória do Ribatejo e Tramagal.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 11 de Abril de 2024)

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